Monday, April 30, 2007

Voltando ao mundo das crianças...

Há pouco estava a fazer zapping quando encontrei uma reportagem sobre o enamoramento na infância... E foi simplesmente genial ouvi-los falar sobre o que sentem quando vêem a pessoa amada, sobre as coisas que fazem e sobre o que é o Amor... Foi especialmente engraçado ver o seu embaraço... E perceber que, afinal, no que toca ao Amor, seja aos 10, aos 20 ou aos 80... É sempre uma desgraça!

Falou-se em nós na barriga, cartas de amor e pressentimentos de que se quer estar com aquela pessoa o resto da vida - que é "aquela".

Falou-se em enganos na entrega de cartas, em desilusões, em faltas de apetite... E disse o psicólogo que quem não aprendeu a enamorar-se na infância é um caso preocupante. Que amar deverá ser o nosso grande projecto de vida. E mais: que quem nunca escreveu uma carta de amor não deveria entrar na faculdade.

Enfim... Parece que descobrimos a verdadeira razão pela qual se compram cursos e se assiste a um decréscimo vertiginoso no aproveitamento dos alunos... : )
Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca (1894 - 1930)

Wednesday, April 25, 2007

Estava eu ontem a jantar com a minha afilhada quando, numa tentativa de fazer com que ela comesse mais um pouco de frango, lhe disse:
" - Se comeres mais uma perninha de frango, dou-te mais coca-cola!"

Sim, eu sei, é feio fazer chantagem com as crianças, mas era por uma boa causa...

Inesperadamente, responde-me ela:
" - Pi, amanhã é dia da Liberdade! Eu tenho o direito de comer a carne ou de não comer."

É claro que lhe respondi que eu também tinha o direito de lhe dar ou não coca-cola se ela não comesse...

Fiquei surpreendida e perguntei:
" - Mas o que é que tu sabes do dia da Liberdade? O que é que havia antes?"

Meio embrulhada, lá foi dizendo:
" - Antes não se podia falar... E os meninos estavam juntos com os meninos e as meninas com as meninas, não era assim como a minha escola."

É este o 25 de Abril aos olhos de uma criança de sete anos.

E aos meus olhos? Aos nossos olhos? Qual foi o legado que nos deixaram e o que pretendemos fazer com ele?

Independentemente do que se possa pensar, e das coisas más que também trouxe, nenhum de nós andaria na blogosfera não fosse aquele pequeno grande acontecimento conhecido por "Revolução dos Cravos".

E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...

E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós

Tuesday, April 24, 2007

O entusiasmo aumentava à medida que o fds se aproximava. As previsões de mau tempo pareciam não afectar o estado anímico que se implantara a partir do momento em que havíamos decidido: "vamos para o algarve".
Infelizmente o meu dia de sexta-feira foi aquilo a que se chama "um dia de cão"... A certa altura pensei que estar no ponto de encontro às 21h era absolutamente impossível...
Mas, felizmente, não foi! E por volta das 22h, depois de um jantarzeco muito limitadinho (que áreas de serviço não são grandes centros de gastronomia), lá fomos rumo à "fantasyland"...

Eu não ando a mais de 140 km/h!

Uma hora e quarenta e cinco minutos depois estávamos nas portagens de Paderne...

Afinal, para quem não andava a mais de 140 km/h, até que me acompanhaste bem!

Depois... Bem, depois foram os melhores dois dias dos últimos tempos!

Uno
Pocker
Hamburguer na roullote
Cama
Esplanada
Uno
Piscina
Uno
Piscina
Hamburguer
Saladinha
Sangria
Esplanada
Uno
Chuviscos
Mexicano

A Ana a conduzir o meu carro! - Ai minha mãe!! Valha-me o seguro contra todos os riscos!

Oura
Uno
Cama
Piscina
Uno
Escaldãozito
D. Rodrigos
Piscina
Uno
Escaldãozão
Uno
Pinto da Guia

Despedida... : (

Praia de São Rafael...

Regresso a casa.

Resumindo, concluindo e "embaralhando": voltamos brevemente!

Wednesday, April 11, 2007

À porta do Hard Rock de Munique, um hino ao amor...


Viagens (III)


PS - Desconfio que passei ao lado de uma notável carreira de fotógrafa...
De acordo com o que foi hoje noticiado no Telejornal (fico sempre com dúvidas sobre se ainda assim se chama), um sujeito qualquer em Faro atropelou mortalmente uma senhora, de 38 anos, grávida de trinta e tal semanas... Aquilo que parecia um atropelamento e fuga foi, ao que parece, coitado, um grande mal entendido! É que na versão do senhor, ele até saiu do carro para ver em que é que tinha batido... Mas como uma pessoa atropelada no meio da estrada é difícil de ver (esta parte do depoimento aditei eu), não percebeu o que tinha acontecido, regressou à viatura e seguiu viagem...

E é assim... Confunde-se uma pessoa com nada, e fica um bebé sem mãe por meia dúzia de copos de tinto!

PS1 - Sim, estou a fazer juízos de valor - mas que se lixe!
PS2 - O bebé nasceu, pouco depois, de cesariana, e parece que está clinicamente estável. Valha-nos isso!

Monday, April 9, 2007

Viagens (II)


Friday, April 6, 2007

Quarta-feira, Barraca, 22h... Quiz!
... Estamos atrasados!...
O jantar prolongou-se mais do que devia... Os panados demoraram e não podíamos sair dali sem a sobremesa...
... Aquele cheesecake era uma delícia!...
"Tenho as coisas no carro da LB!"
... A Ana e a "Clara", nesta altura, já corriam desvairadas rua fora!...
"Vamos marcar mesa!"
... Se chegarmos depois da primeira pergunta já era!...
Chégamos!
... Faltam cadeiras...

Cinquenta perguntas!
... Faltam cadeiras...
Quinze equipas!
... Mas quem é que canta esta música?...
"Os Quatro" que eram cinco!
... Valeu-nos a nossa "Clara"...
Quantas acertámos???
... Isto hoje está muito difícil...

Sabem o que é que Pedro, o Grande, fez à cabeça do amante da mulher para a humilhar?
... Nós também não sabíamos...
Havia quem soubesse, pelos vistos.
É rabugenta - ainda mais do que eu...
Uma stressada de primeira!
Nasceu no Norte e cresceu no Sul...
O pai faz uns "D. Rodrigos" de comer e chorar por mais!
É aquilo a que, em linguagem corrente, se chamaria um cromo em versão feminina!
Conseguiu a proeza de me pôr a chorar no meu último dia de estágio!
Só deixa "comments" quando é para "esfolar" o autor...
Faz hoje 25 aninhos...
Enfim, é a inconfundível LB - peste-mor para os mais próximos!

PARABÉNS!!!!

Tuesday, April 3, 2007

"Não tenho filhos e tremo só de pensar.

Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê.

Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar. Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três; natação aos quatro; lições de piano aos cinco; escola aos seis; e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.

Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso: o emprego de sonho; a casa de sonho; o maridinho de sonho; os amigos de sonho; as férias de sonho; os restaurantes de sonho; as quecas de sonho! Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac.

É a velha história da cenoura e do burro : quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.

Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!"


Encontrei este texto num e-mail antigo enviado por um amigo. Segundo me foi dito, pertencerá ao jornalista João Pereira Coutinho. Pareceu-me indicado para um post... Nunca é demais recordar que há vida fora de certas paredes!