Monday, April 30, 2007

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui... além...
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente...
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!...
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar...

Florbela Espanca (1894 - 1930)

4 comments:

Blog do Quiz said...
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Mauritius Pétros said...

Numa poesia agradável de decifrar, modos diferentes de interpretar!
Não é certamente a maneira mais bonita de sonhar, talvez porque considere que não ser amado é uma visível infelicidade, a verdadeira desgraça é não saber amar!


"O amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos para a mesma direção." (Antoine de Saint-Exupéry)

AB said...

Sim, concordo... Penso que não saber amar é A verdadeira desgraça... E refiro-me a amar em sentido amplo... Acho que é importante gostarmos do que temos à nossa volta para sermos, realmente, felizes.

Quanto ao "O Principezinho", devo dizer que é dos meus livros preferidos... Talvez porque a verdadeira beleza está na simplicidade.

Mauritius Pétros said...

Sem dúvida gracioso, não o meu preferido mas, muito gracioso!