Bom... Está na hora de assumir a postura "venha lá mais um ano que este já passou!".

FELIZ 2008!

Na "repartição" trocaram-se presentes no habitual almoço de Natal. No ano passado tinha sido contemplada com um belíssimo conjunto de velas roxas, com um cheiro absolutamente horroroso, que mais fazia lembrar a Páscoa do que o Natal.

Este ano, quando finalmente descobri o meu embrulho, fiquei relativamente entusiasmada: era um livro! Quando o abri, porém, fiquei um bocadinho relutante... Isto porque, mal o folheio, leio o seguinte título: "O que é melhor: sexo oral ou sexo anal?"... A que se seguia um outro: "É melhor dominar ou ser dominado?"...

Bom, depois de ter corado até à raiz dos cabelos, e por entre meia dúzia de graçolas, resolvi investigá-lo mais aprofundadamente... E encontrei dois pequenos textos que vos deixo aqui.

" O sexo

Evitem os conselhos do Papa Bento XVI, que provavelmente já foi substituído entretanto por outro menos radical e mais progressista (queira Deus, literalmente); evitem animais, professores e menores - excepto se também vocês forem menores. Prefiram o ar livre às pensões rascas (frase a partir da qual poderia, aliás, começar uma manif).

[...]

O amor

Ouçam Caetano, Mew e Tindersticks. Depeche Mode, James, Go-Betweens, Smiths, Lloyd Cole, Jorge Palma e Nick Cave. Devorem concertos. Comprem discos - só saquem da net se a FNAC não os tiver disponíveis. Coisa que sucederá amiúde, estou em crer. Leiam poesia portuguesa. Aliás, emprestem discos e livros aos amigos, num intercâmbio permanente com a serena consciência de que os objectos podem não mais voltar às vossas mãos. Sejam fiéis depositários das pedras preciosas que os vossos amigos decidirem partilhar convosco. Aprendam a tocar um instrumento. Apontem o máximo possível dos pormenores dos vossos sonhos, mal acordem e poucos minutos antes de sair de casa para comprar pão. Telefonem muitas vezes aos vossos pais. Vão ao cinema pelo menos uma vez por semana. Escrevam cartas aos mais próximos e aos mais distantes. Contem o vosso maior sonho à pessoa perto de vós que mais desesperada parecer estar. Talvez a inspire. O mundo, neste século, muda-se pessoa a pessoa. Despeçam-se dos empregos onde reinar o cinismo. Se nada disto resultar, comecem de novo pelas vossas próprias regras. O amor - sobre o qual tantos artistas já escreveram, pintaram, compuseram, esculpiram, morreram, etc. - estará sempre disponível num sítio enigmático qualquer onde, misteriosamente, os bilhetes já esgotaram mas ainda há lugares para VIP e para felizes contemplados com acesso aos bastidores. O importante é partir e fazer por merecê-lo. Acho."

(Excertos do "O Playboy Que Chora nas Canções de Amor", de Luís Filipe Borges)

Resumindo, concluindo e "embaralhando", rebuscando um lugar comum bastante piroso, estas são basicamente as minhas mensagens de ano novo... E façam o favor de serem felizes!!!

Isto sim foi uma comédia romântica tipicamente natalícia!!!



PS - : )

Aos que eu gosto muito...

Aos que eu gosto menos...

Aos que eu gosto assim-assim...

Aos que me fazem feliz...

Aos que me deixam irremediávelmente triste...

Aos que passam por mim sem eu dar por isso...

Aos que estão perto,

Aos que estão longe,

Aos que mesmo estando longe estão sempre aqui...

A TODOS, SEM EXCEPÇÃO, OS MEUS VOTOS SINCEROS DE UM SANTO E FELIZ NATAL!!

Gosto das tradições.

O meu Natal, no verdadeiro sentido do termo, começou hoje. Terminaram-se as compras e houve que começar a preparar a doçaria.

Tal como nos últimos anos, fizeram-se os primeiros fritos. Desde que me conheço por gente que este ritual se repete, sempre no dia 23, em casa da minha nhã: a facção masculina "amassa a massa" e as mulheres fritam os sonhos, os coscorões e os "espanhóis" (não faço ideia porque se chamam assim)... Tal como nos últimos anos, estou coberta de açucar, canela e com cheirinho a óleo... Mas eu não me importo. Esta é uma actividade em que faço questão de participar todos os anos...

Amanhã os cozinhados serão aqui por casa. Fazem-se as rabanadas e o arroz doce. Há que acordar cedo para ir comprar o bolo rei e a lampreia de ovos. Este ano resolvi inovar: vou fazer uma torta de noz com doce de ovos! (Se ouvirem falar de um incêndio para os lados da margem sul, fui eu que deixei queimar a dita!!)

Lá pelo fim da tarde chegam algumas visitas. A mesa estará posta, e entre doces e gargalhadas, trocam-se as prendas. O Filipe deve estar a chegar... É assim desde que nos conhecemos - e eu gosto que assim seja.

"Falta ir buscar a aletria!!"

São horas de jantar. Agarram-se as prendas, passa-se pela casa da minha madrinha para desejar Bom Natal e rumamos à minha avó.

Abrem-se as prendas à meia-noite e vamos dormir.

No dia 25 acordo cedo. Sempre cedo. Há que estar novamente na casa da minha nhã antes das 11h. Trocam-se as prendas... Dão-se beijos e abraços. "Obrigado por existirem, por estarem sempre aqui quando vos quero encontrar". Depois as crianças. A minha afilhada...

Depois o almoço na minha avó. As recordações. Os almoços na casa do avô grandão. A tarte de maçã. As minhas primas... Os meus tios... Há tanto tempo que não passamos o Natal juntos. "Tenho saudades tuas, avô grandão!"

Está na hora de chegar o Daniel. Será que vem este Natal? Espero que sim.

Gosto de vos ter por perto. Que venham. Que estejam e se sintam bem.

Gosto dos sorrisos francos.

Gosto das tradições.

É mais ou menos a mesma sensação que tinha quando, em criança, conseguia terminar um puzzle... Finalmente as peças encaixam, depois de a meio da semana passada ter perguntado a mim mesma como me tinha deixado emaranhar num novelo de histórias cujo fim parecia longe...

Contam-se três embrulhos na minha magnífica árvore de Natal... Bom, a bem da verdade, a pobre da árvore já teve melhores anos... Mas, como diz o povo, se nós não gostarmos do que temos, quem é que vai gostar? (Não é bem assim, mas fiz as minhas adaptações...)

Mas o que me trás aqui hoje não é a minha árvore de Natal... Dessa falarei quando estiver repleta de prendas e parecer uma árvore a sério! O que me trás aqui hoje são as senhoras que embrulham as ditas prendas nos hipermercados

Por falta de tempo, ontem anuí a embrulhar a prenda do meu afilhado no próprio hipermercado. Confesso que acho o papel um bocado foleiro, e que a Leopoldina está um bocado fora de moda, mas atendendo a que o "Pai Natal" terá de levar o dita para terras nortenhas amanhã e que hoje o dia não se prevê com grandes tempos livres, do mal o menos: vai mesmo embrulhado no papel com desenhos da dita ave!

Tive então a possibilidade de admirar a forma lenta, despreocupada e pouco profissional com que aquelas pessoas, em concreto, trabalhavam. Bem sei que embrulhar prendas não será o sonho de ninguém, mas parece-me que seja qual for a tarefa a que nos propomos, no mínimo devemos executá-la com brio. Mas não! Eu ali à espera, e duas "matrafonas" na conversa e a comer bombons, enquanto eu olhava atónita para o relógio, que marcava quase 21h, e ainda com o jantar por fazer. Depois ainda demorou quase 10 minutos para fazer um embrulho meio torto!

Enfim, percebem agora porque é que a minha árvore está tão despidinha... Ainda não incorporei o espírito natalício este ano!

Por vezes é assim... Acordamos um dia e aquilo que vemos habitualmente, naquele dia, naquele preciso momento, assume um novo sentido... Mostra-se-nos na sua verdadeira plenitude e percebemos que chegou a altura de tomar uma decisão.

Cai-me o corpo meio morto em cima da cama...

Encontro-te em sonhos, atabalhoadamente...

Sinto-te...

You give me fever...

Gosto de ti.

Há dias em que me sinto assim... Triste.

É um bom dia para dar uso ao piano... Tenho saudades de ter música a sair dos meus dedos. Falta-me a música... Acho que é isso.

PS - A culpa é tua... Lá me tinhas de lembrar destas lamechices de há... Muitos anos!

Sabores

Sabes-me a mar, a fins de tarde de Verão e a dias de Inverno soalheiros...

Sabes-me a chocolate quente, a D. Rodrigos, a cheesecake e a rebuçados "Flocos de Neve"...

Sabes-me a uma qualquer coisa que eu não sei explicar, mas que me enche a alma...

Enfim, trazes o sabor das coisas que eu gosto e que me fazem feliz.

(GloryBox revisited)

A minha essência... Glory Box

Ontem ao jantar, por entre sabores picantes, falava com alguém sobre o ter alguma curiosidade em rever uma ou outra pessoa cujo passado está ligado ao meu e com quem não estou desde os tempos da faculdade... E obtive como resposta um lugar comum, é certo, mas de fácil constatação: o tempo relativiza as coisas; ou melhor, o tempo ajuda-nos a atribuir às situações o valor que elas, verdadeiramente, merecem.

E é uma realidade.

Com o passar dos dias, dos meses, dos anos, vamos aprendendo a desvalorizar o que nos magoou ou nos levou a sentirmo-nos usados. Outras coisas acontecem, vivem-se outros momentos, constróem-se outros projectos, e aqueles actos menos bonitos vão-se perdendo algures nos recantos da nossa memória.

Deve ser isto a que chamam o processo de crescimento, ou amadurecimento... Enfim... Tem qualquer coisa a ver com começar a sentir a serenidade característica da denominada "idade adulta", julgo eu.

PS - Levem-me ao circo, por favor!! Eu não gosto nada disto de ser "grande"!!!!!